Operação Carbono Oculto: como o PCC usa fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro
Megaoperação mira esquema bilionário do PCC
Investigação do Ministério Público de São Paulo revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) atuava na importação irregular de produtos químicos destinados à adulteração de combustíveis comercializados aos consumidores.
Ao todo, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em aproximadamente 350 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas.
As principais empresas alvo da operação são:
Grupo Aster/Copape, donos de usinas, formuladoras, distribuidoras e rede de postos de combustíveis usada pela organização criminosa;
BK Bank, fintech financeira utilizada para movimentar dinheiro por meio de contas bolsão não rastreáveis;
Reag, fundo de investimento usado na compra de empresas, usinas e para blindagem do patrimônio dos envolvidos.
Como era o esquema de lavagem de dinheiro com fintechs
Segundo as investigações, o grupo usava um esquema sofisticado que, além de lavar dinheiro do crime, gerava altos lucros na cadeia de combustíveis.
Centenas de empresas eram abertas para esconder a origem dos recursos. A fraude envolvia sonegação fiscal e adulteração de produtos, causando prejuízos tanto aos consumidores quanto à sociedade.
As movimentações financeiras eram feitas por meio de fintechs, o que dificultava o rastreamento do dinheiro. Segundo a Polícia Federal e a Receita, os criminosos teriam realizado movimentações ilícitas na casa dos R$ 23 bilhões.
Parte significativa desses recursos sem lastro foi usada para adquirir usinas sucroalcooleiras e fortalecer o grupo, que incorporou à sua estrutura criminosa distribuidoras, transportadoras e postos de combustíveis.
Os lucros e valores lavados eram então aplicados em fundos de investimento, com várias camadas de ocultação para esconder os verdadeiros beneficiários.
Paralelamente às ações criminais, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (CIRA/SP) adotará medidas judiciais para bloquear bens capazes de garantir a recuperação do tributo sonegado, cujo valor atualizado ultrapassa R$ 7 bilhões.
*Matéria em atualizaçãoFONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/08/28/como-o-pcc-usa-fintechs-para-lavar-dinheiro.ghtml